Um cristão pode se divorciar para casar novamente?

 Um cristão pode se divorciar para casar novamente?
Anderson Bravo,casado com Edijane Bravo, pai de Anderson filho e Lyon Bravo. Escritor, conferencista internacional,pastor auxiliar  na Assembléia de Deus Ministério Plena Unção
Anderson Bravo,casado com Edijane Bravo,
pai de Anderson filho e Lyon Bravo. Escritor,
conferencista internacional,pastor auxiliar
na Assembléia de Deus Ministério Plena Unção

A palavra “Divorcio” Vem do latim divortium, “separação”, derivada de divertere, “tomar caminhos opostos, afastar-se”. Além de ser usado para designar o rompimento do casamento civil, o vocábulo aparece na interessante expressão divortium aquarum, “separação das águas”

 Palavra na Bíblia, tanto no Novo testamento como no Antigo, aparece como “Apolyõ”, ou como “Apostasion”. No AT, essas palavras são raras, “Apoliõ” se emprega numa variedade de sentidos, inclusive o divórcio (Dt 24:1 e Ed 9:36). “Apostasion” aparece quatro vezes como “Titulo de divórcio” (Is 50:1 e Jr 3:8). No N.T., “Apolion” tem os mesmos sentidos do grego. Significa também (como no AT): soltar um prisioneiro, libertar da doença, inocentar, mandar embora, demitir, deixar morrer e principalmente divorciar uma esposa.

O DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO:

Em Mt 19:8, Jesus diz que Moisés permitiu aos homens repudiarem suas mulheres, por causa da dureza do coração do povo. O repudiar que Jesus se referia, é o divórcio. A palavra permitir usada por Jesus, mostra que Deus não permitiu o divórcio, apenas regulou uma prática já existente. O texto referido por Jesus, é o de Dt 24:1-4. Esse regulamento condicional, permite o divórcio desde que achado algo indecente na esposa aos olhos do marido, permitindo que ela se casse novamente, desde que dado a ela algum tipo de contrato. O regulamento mostra que se a mulher cassasse, não poderia voltar ao seu primeiro marido, pois estaria contaminada. A palavra contaminada deixa bem claro a reprovação de Deus em relação à mulher repudiada. Talvez essa lei tenha sido flexível, pelos costumes machistas da época, e imposições desumanas sobre a repudia das mulheres, pois “a cousa indecente” achada na mulher, poderia ser qualquer motivo não tão importante e às vezes usado como uma falsa acusação para “se livrar” da esposa.

É óbvio que entre os judeus, o adultério era causa suficiente para o divórcio, sendo causa de morte, tanto para homem quanto para a mulher, porém a noção de adultério para homem era um tanto esquisita, e de certa forma, adaptada para favorecer o desejo masculino regulamentando-o, tornando-o em poligamia, ou no concubinato, em que tais relações sexuais não eram consideradas como adultérios, não havendo assim, segundo a opinião judaica antiga, qualquer razão para o divórcio, ainda que uma mulher assim o quisesse.

Vale lembrar que a poligamia e o concubinato só eram permitidos aos homens. A poligamia é o casamento com várias esposas, e existe até hoje em alguns países mulçumanos, e o concubinato, era um contrato de curta ou longa duração, contando que ela não fosse casada. Conta-se que um certo rabino, ao chegar a uma nova cidade, costumava perguntar: “Quem quer ser minha esposa por um dia?” Então ele se casava numa noite e divorciava no dia seguinte, e isso era totalmente possível, segundo a lei mosaica.

A Enciclopédia Chaplin declara: “Os contratos eram feitos segundo os desejos de homens e mulheres envolvidos, estabelecendo casamentos múltiplos ou concubinatos, sem que nenhum desses casos fosse reputado com adultério”. Podemos entender então, que o homem regularizou o adultério. Deus nunca aceitou o divórcio e nem a poligamia ou mesmo o concubinato, pois Adão só tinha uma mulher. O Senhor não fez duas ou mais mulheres no jardim do Éden para o homem.

Na realidade apenas duas questões impediam o homem de divorcia-se:

  1. Quando um homem tivesse acusado falsamente de relações ilícitas;
  2. Quando um homem tivesse relações com uma donzela e seu pai o forçasse a casar.
    AS DUAS ESCOLAS DO DIVÓRCIO:

Alguns anos antes de Cristo, dois famosos rabinos judeus, apresentaram suas posições sobre o divórcio. Essas posições foram chamadas de duas escolas:

  1. A Escola de Shamai: Proibia o divórcio, exceto sobre a alegação do adultério. Trata-se de um posição mais conservadora, e segundo a lei e o N.T., a mais correta;
  2. A Escola de Hilel: Praticamente permitia o divórcio por qualquer motivo, fugindo dos propósitos de Deus e caindo no desejo humano.

     O DIVÓRCIO NO NOVO TESTAMENTO:

Evangelho de Marcos: A questão sobre o divórcio aparece em Mc 10:11,12. Esse texto não dá margem para nenhum divórcio, pelo contrário, diz que o divórcio seguido de novo casamento é adultério. Há um bom número de teólogos que pensam que essa posição é a afirmada pelo Senhor Jesus, devido o Evangelho de Marcos ser o primeiro. Mas outros pensam que o fato de não estar relatado o adultério nesse texto, e devido ao fato que esse princípio é muito conhecido por Marcos, não houve a necessidade de relatar essa exceção. Não dá para defender nenhum grupo ou outro, de qualquer maneira, vale ressaltar que o divórcio não é recomendação de Cristo.

      Evangelho de Mateus: Segundo os textos escrito neste evangelho ( Mt 5:32 e 19:3-12), o divórcio é possível, mas somente sob a condição do conjugue ter adulterado. Essa afirmação vem direto da boca de Jesus, o que dá a entender que, a questão do adultério para Marcos era algo comum, portanto não precisava ser citado, porém alguns teólogos afirmam que Jesus não faz exceções, e que a igreja cristã (que estava bem desenvolvida na época em que Mateus foi escrito), é que acrescentou esse texto, algo que a própria Palavra de Deus não aceita. No entanto, se foi acrescida por homens, não seria inspirada por Deus, e nem aceita no Cânon Sagrado.

A palavra adultério, consiste também no sentido de fornicação, pois no original grego é “porneia”, que justifica traduzirmos para fornicação, por isso alguns teólogos pensam que se trata de relações sexuais antes do casamento, mais especificamente durante o noivado, ou seja, o adultério também é considerado durante o noivado, podendo o noivado ser rompido, ou mesmo o casamento, se o fato fosse descoberto depois;

     A Exceção Paulina ou privilégio Paulino: Em I Co 7:10-16, Paulo permite que o conjugue se separe do incrédulo, mas somente se o conjugue incrédulo assim desejar. Paulo, entretanto, exige um esforço honesto para evangelizar o incrédulo, antes da separação. O que não fica claro no texto é se, em tal caso, o conjugue Cristão está livre para casar-se novamente.

A QUESTÃO SOCIAL:

Apesar de estar claro através dos estudos mostrados acima, e que a palavra “adultério” vem do grego “porneia”  relacionada com o sexo ilícito; não podemos deixar de mostrar que adultério na Bíblia, pode demonstrar simplesmente traição, não sendo necessariamente sexual. Devemos analisar o fato social e até mesmo de traição do conjugue problemático. Consideremos o caso do alcoólatra, que espanca sua esposa e seus filhos, ou de um pai que matou a própria filha, ou até mesmo um conjugue que assassinou alguém e está preso. O caso de uma insanidade mental provocada pelo uso de drogas. Não seria suficiente para que o outro conjugue divorcia-se? Segundo a Enciclopédia Chaplin:

“Esses (motivos) nos exortam a reconhecermos que a regra que tem por exceção única o adultério é totalmente inadequada para satisfazer às necessidades de uma sociedade que abunda de crimes cometidos contra a família ou fora dela, e que são muito piores do que o adultério”
O Assunto divórcio em nossas igrejas, tornou-se um assunto relativo, ouvimos a famosa frase: “A casos e casos”, relativizamos dependendo dos personagens.

Confesso que não sou a favor ao divórcio, mas não seria justo entender que muitas relações se desgastam ou até mesmo foram feitas fora dos desígnios de Deus, sendo assim fica difícil afirmar que “O Que Deus uniu não separe o homem…” ( Mt.19:5) pois qual a garantia que a união em crise foi feita por Deus?

Meu humilde conselho é lute sempre para que seu casamento não termine, mas caso isso ocorra não sinta-se fora das promessas de Deus.

Meu respeito a todos.

Abraços

Anderson Bravo

Deus abençoe.
Ministério Anderson Bravo
Blog:
http://simplesmenteandersonbravo.blogspot.com


http://twitter.com/pastorbravo

2014

Ano do Efatá de Deus em Nossas Vidas

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